Foto: Vinicius Becker (Diário)
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) começou a reorganizar o calendário letivo das escolas afetadas pela greve dos professores, com foco em um modelo de recuperação personalizado conforme a realidade de cada unidade. Em entrevista ao Bom Dia, Cidade! da Rádio CDN desta sexta-feira (5), a secretária Gisele Bauer explicou que o plano de recuperação está sendo construído diretamente com diretores e equipes pedagógicas. Segundo ela, o objetivo é garantir que os estudantes recuperem não apenas dias letivos, mas também conteúdos essenciais.
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– A Secretaria de Educação, preocupada com a aprendizagem das crianças, já vem conversando com os diretores e estabelecendo estratégias de recuperação. Não só dos dias e das horas, mas especialmente da aprendizagem – afirmou Gisele.
Ela reforçou que cada escola terá um planejamento próprio, já que o tempo parado e as necessidades pedagógicas variam entre as unidades. A secretária destacou que a maior parte da rede deve concluir o ano em 17 de dezembro, enquanto escolas que tiveram paralisações pontuais seguirão até o fim do mês. Para as instituições que aderiram integralmente ao movimento, o prazo será maior. Nessas unidades, a recuperação pode se estender por até 20 dias, após o encerramento oficial do calendário.
– Cada escola tem um montante de dias, de horas, de objetivos a recuperar. E a gente está construindo com muita atenção com cada escola para que as crianças tenham esse direito garantido – esclareceu Gisele.
A secretária reconheceu que a reorganização envolve não apenas professores, mas toda a estrutura de funcionamento das escolas. Gisele citou a necessidade de ajustar contratos de funcionários especializados, transporte escolar e distribuição de merenda. A complexidade do processo deve atingir também o próximo ano, já que unidades com mais aulas para recuperar poderão avançar sobre o calendário de 2026.
– Não se trata apenas do professor. Nós temos também um conjunto de contratos de funcionários especializados que precisamos ajustar, o transporte escolar, a entrega da merenda. São vários fatores que interferem para garantir o funcionamento da escola. Vai impactar naquelas escolas que têm mais tempo a recuperar – ressaltou Gisele.
Estagiários
O planejamento para 2026 já está em andamento. A Smed trabalha com a previsão de iniciar o ano letivo em 23 de fevereiro e prepara um novo modelo de contratação de monitores, por meio de um projeto de residência em monitoria com cerca de 200 vagas. A proposta está na fase de elaboração do impacto orçamentário para ser enviado à Câmara. A secretária explicou que a iniciativa busca substituir gradualmente os estagiários e suprir uma das principais demandas por apoio nas escolas.
A necessidade de reorganizar o calendário decorre do fim da greve dos professores, decidido em assembleia do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) na quarta-feira (3). Com isso, escolas afetadas pelo movimento começaram a retomar as atividades na quinta-feira (4). Das três unidades que estavam totalmente paradas desde o início de novembro, a Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan (Emaet) foi a primeira a voltar. Outras devem retomar a rotina até segunda-feira (8). Segundo nota oficial da Smed, para escolas que aderiram integralmente à paralisação, que se iniciou em 5 de novembro, o ano letivo de 2025 será concluído em 2026. Já as instituições que não entraram em greve seguem o calendário aprovado no primeiro semestre.